ATA DA DÉCIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 03-4-2003.
Aos três dias do mês de abril de dois mil e três,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Isaac
Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos
Pestana, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Luiz
Braz, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Berna
Menezes. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da
Décima Quarta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA, foram encaminhados:
pela Vereadora Berna Menezes, o Projeto de Lei do Legislativo nº 019/03
(Processo nº 0965/03); pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Projeto de Resolução nº
032/03 (Processo nº 1491/03). Após, foi apregoado o Ofício nº 178/03, do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando a retirada de tramitação do
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/02 (Processo nº 3642/02) e do
Projeto de Lei do Executivo nº 061/02 (Processo nº 2987/02). Também, foi
apregoado Requerimento de autoria do Vereador João Carlos Nedel, deferido pelo
Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do
Legislativo n° 223/02 (Processo n° 3440/02). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios
n°s 091/02, do Senhor Ricardo Schaefer, Diretor do Departamento de Assuntos
Internacionais da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais –
RS; 704/02, do Arquiteto Edson Luis Dal Lago, Presidente do Conselho Regional
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio Grande do Sul – CREA – RS;
006/03, do Vereador Vinicios De Tomasi Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal
de Caxias do Sul – RS; 006/03, do Vereador Waldir Blau, Presidente da Câmara
Municipal de Lajeado – RS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães reportou-se
ao pronunciamento efetuado ontem pelo Senador Sérgio Zambiazi, ocasião em que
foi sugerida a realização do Fórum Mundial de Parlamentos pela Paz. Ainda,
considerou ser a guerra entre os Estados Unidos da América - EUA - e o Iraque
uma agressão à Organização das Nações Unidas - ONU - e defendeu a prática da
autorização legislativa como pré-requisito para a deflagração de conflitos
armados entre países. O Vereador Elias Vidal referiu-se ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 026/03 (Processo nº 1188/03), de autoria do Vereador Cassiá
Carpes, o qual dispõe sobre medidas restritivas ao comércio de cigarros e
bebidas alcoólicas a menores. Nesse aspecto, reprovou o estímulo ao consumo
desses produtos gerado pela propaganda massiva e enfatizou ser o uso costumeiro
de bebidas alcoólicas um fator de marginalização social e causa para desajustes
familiares. O Vereador Ervino Besson comentou visita efetuada por Sua
Excelência à Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados - SPAAN - e
destacou ser essa instituição responsável pelo bem estar de cerca de cento e
cinqüenta idosos carentes. Também, divulgou a promoção de feira de roupas
usadas a ser realizada no dia cinco de abril do corrente, nas dependências da
referida entidade, conclamando os presentes a comparecerem ao evento. Na
ocasião, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos da
presente Sessão, tendo o Vereador Isaac Ainhorn manifestado-se a respeito. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Haroldo de Souza contrapôs-se à alteração na ordem de
apreciação das matérias constantes na Ordem do Dia e anunciou Projeto de Lei do
Legislativo, de autoria de Sua Excelência, o qual propõe modificações no
transporte coletivo da Capital. Ainda, manifestou-se sobre a guerra entre os
Estados Unidos da América e o Iraque e cobrou do Executivo Municipal o envio de
informações acerca das futuras obras da pista de eventos de Porto Alegre. O
Vereador Isaac Ainhorn teceu considerações sobre a tramitação de proposições no
processo legislativo, comparando essa sistemática às relativas aos processos
civil e penal nos contenciosos submetidos ao Poder Judiciário. Também,
destacando o fato de quatro Vereadores estarem representando externamente este
Legislativo, salientou serem necessários os votos da maioria absoluta desta
Casa para a rejeição dos Vetos constantes na Ordem do Dia da presente Sessão.
Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Adinelson
Troca, Presidente da Câmara Municipal de Rio Grande – RS. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador João Bosco Vaz congratulou o Senhor Sérgio Luiz Bittencourt, Gerente
Administrativo da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto
Alegre, cedido para esta Casa, pela eleição de Sua Senhoria para a Presidência
do Movimento de Justiça e Direitos Humanos. Ainda, enalteceu o trabalho
desenvolvido por esse funcionário no período em que prestou assessoramento à
Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Após, o Senhor Presidente
registrou a presença do Vereador Nando Ribeiro, do PSB do Município de Rio
Grande – RS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel saudou a presença de
Edis do interior do Estado do Rio Grande do Sul, que participam de curso
promovido pela Associação Brasileira de Câmaras Municipais - ASCAM. Ainda,
noticiando pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística,
relativa à aferição do governo do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, analisou
resultados de quesitos investigados, tais como a questão do desemprego. Na
oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Jorge Borba,
do PSB do Município de Alegrete – RS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Marcelo
Danéris, reportando-se ao discurso efetuado pelo Vereador João Carlos Nedel em
Comunicações, salientou que o governo do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva tem
conferido relevância ao Programa Federal de Combate à Fome e envidado esforços
no sentido de combater o desemprego. Ainda, destacou o elevado nível de
qualidade de vida e o baixo nível de desemprego registrados na Cidade de Porto
Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia relatou
almoço alusivo aos noventa e sete anos do Grêmio Náutico União, registrando a
presença do Senhor Germano Rigotto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul,
e decisão de apoio à construção de raia olímpica para prática de remo. Ainda,
abordou a questão da transmissão de eventos esportivos por emissoras de rádio
em horário coincidente com o programa nacional intitulado A Voz do Brasil. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, 3ª Sessão, estiveram o Substitutivo n° 01 ao
Projeto de Lei do Legislativo n° 041/92, discutido pelo Vereador Reginaldo
Pujol, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo n°s 004 e 005/03,
discutidos pelo Vereador João Carlos Nedel, e 003/03, discutido pelo Vereador
Reginaldo Pujol, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 024 e 026/03, este
discutido pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Zé Valdir e Maria Celeste, o
Projeto de Resolução n° 014/03. A seguir, foi apregoado Requerimento do
Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do
artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a
Vereadora Maristela Maffei, nos dias três e quatro de abril do corrente, tendo
o Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Berna Menezes,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes
e Habitação. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn, defendendo a
primazia no processo de reavaliação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
Ambiental, leu o Ofício nº 396/03, de autoria do Vereador João Antonio Dib,
Presidente desta Casa, encaminhado ao Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre, no sentido de instar pela implementação de matérias constantes nesse
Plano Diretor e que aguardam a devida regulamentação. O Vereador Reginaldo
Pujol, aludindo à necessidade de reavaliação do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental, sustentou que este Legislativo deveria
ponderar a respeito da possibilidade de encetar as regulamentações urgidas
nesse Plano. Também, salientou ser necessária a constituição de equipe técnica
de servidores neste Legislativo que cumpram a tarefa de prestar assessoria
quanto a essa temática. O Vereador Haroldo de Souza, manifestando preocupação
quanto ao teor dos pronunciamentos realizados pelos Senhores Vereadores durante
esta Sessão, asseverou ser mister abordar as questões circunscritas ao
Município de Porto Alegre. Nesse sentido, perquiriu a busca de soluções, por
parte do Executivo Municipal, a fim de equacionar a greve dos médicos e odontólogos,
bem como a destinação de local para a prática de comércio informal. O Vereador
Cassiá Carpes comentou proposta do Senador Sérgio Zambiazi de criação do Fórum
Mundial de Parlamentos pela Paz e analisou o Projeto de Lei do Legislativo nº
026/03, que dispõe sobre a divulgação da proibição da venda de bebidas
alcoólicas e cigarros a menores. Também, propugnou pela sanção do Projeto de
Lei que institui a Semana de Conscientização Contra as Drogas e enfocou a
possibilidade de alteração do período de recesso parlamentar desta Casa. A
Vereadora Clênia Maranhão posicionou-se a respeito da guerra no Iraque,
protestando contra os bombardeios que têm atingido aquele país. Ainda,
discorreu acerca das políticas disponibilizadas pela Prefeitura Municipal de
Porto Alegre às crianças na faixa de idade de zero a seis anos, avaliando dados
sobre o atendimento prestado nas escolas infantis e enfocando a necessidade de
que as famílias de baixa renda tenham mais opções de acesso a creches e escolas
públicas. O Vereador João Carlos Nedel, saudando os Vereadores do interior do
Estado em visita a este Legislativo, manifestou-se relativamente ao índice de
desemprego na Cidade e afirmou não haver preocupação por parte do Governo
Municipal com a redução de impostos e diminuição da burocracia, a fim de
facilitar a criação de novas empresas. Também, lembrou a necessidade de
urgência na tramitação de projetos que incentivem o desenvolvimento do Parque
Industrial da Restinga. O Vereador Raul Carrion, reportando-se à sua atuação
parlamentar, destacou a importância da discussão, nesta Casa, de assuntos de
interesse geral e, nesse enfoque, repudiou os ataques feitos contra o Iraque
pelas tropas norte-americanas e britânicas. Também, mencionou a realização, em
Porto Alegre, de atos pela paz mundial e justificou a posição do Partido
Comunista do Brasil na votação da Proposta de Emenda Constitucional nº 53/99,
que regulamenta o Sistema Financeiro Nacional. O Vereador Cláudio Sebenelo
teceu considerações acerca dos acordos firmados entre o Governo Brasileiro e o
Fundo Monetário Internacional, criticando o posicionamento adotado por
parlamentares do Partido dos Trabalhadores em relação à votação da Proposta de
Emenda Constitucional nº 53/99. Nesse contexto, alegou haver falta de coerência
quanto às idéias defendidas e as ações tomadas pelo Partido dos Trabalhadores à
frente dos governos que exerce. O Vereador Marcelo Danéris contraditou
pronunciamentos que divergem da atuação do Partido dos Trabalhadores nos
Governos Federal e Municipal, apontando pesquisas de opinião que aprovam a
atuação do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República.
Ainda, aludiu à relevância dos programas implementados nas áreas
sócioeconômicas em nível nacional e ressaltou os investimentos feitos pela Prefeitura
Municipal de Porto Alegre na Cidade. Após, os Vereadores Cláudio Sebenelo e
Marcelo Danéris formularam Requerimentos verbais, solicitando alteração na
ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Na ocasião, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos da presente Sessão. Às
dezesseis horas e quarenta minutos, constatada a inexistência de quórum para
ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador
João Antonio Dib e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria
Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos às
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra, por transposição de tempo com o Ver.
Elias Vidal, em Comunicações.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Senador Sérgio Zambiasi fez ontem um pronunciamento no Senado da República,
fazendo uma abordagem extremamente importante para o momento em que vive o
planeta, o mundo, diante desses acontecimentos lamentáveis trazidos por essa
guerra sem sentido, sem significação, representando uma invasão de um país,
quando outras alternativas poderiam e deveriam ter sido buscadas no sentido de
afastar o ditador existente. Mas a fala do Senador, que teve grande repercussão
em Brasília, traz uma proposição extremamente importante diante do quadro nem
diríamos do pós-guerra, mas do quadro que se dá durante a guerra, porque
havíamos dito aqui invariavelmente, e todos dissemos, que o primeiro tiro que
foi dado foi na ONU, posto que a ONU, uma criação das nações ao longo da
história, a partir da 2.ª Guerra Mundial, veio exatamente para estabelecer os
limites de ação dos povos, das nações e, de resto, dos países. Infelizmente, a
invasão americana ao Iraque é, por assim dizer, a extinção da ONU. Mas, com
muita propriedade e lucidez, o Senador Zambiasi propõe, vejam a importância,
que se crie um fórum internacional de parlamentos. Significa dizer o quê? Se
consultarmos as Constituições de todos os países, do Brasil, dos Estados
Unidos, Ver. Pedro Américo Leal, de todas as nações, em todas as Constituições,
há uma disposição que diz que, para fazer a guerra, é necessário haver
autorização legislativa, autorização dos respectivos parlamentos das nações.
Diante da extinção da ONU, lamentável sob todos os títulos, o que resta ao
mundo no dia seguinte, agora mesmo? A criação de um fórum internacional de
parlamentos poderia, sim, ter o condão de ter segurado essa invasão, essa
guerra, porque, de um tribunal internacional de parlamentos não acredito que os
Estados Unidos tivessem cacife para alterar uma decisão, e mais, não acredito
também que o Presidente George Bush, não autorizado pelo parlamento americano,
fizesse a guerra. Não faria, absolutamente! A posição do Senador é extremamente
inteligente, a criação pós-ONU, pós-extinção da Organização das Nações Unidas,
é exatamente um parlamento internacional, que se constitua em um fórum de
representantes de Parlamentos de todo o mundo. Esse instrumento supranações,
suprapaíses, teria a força e a eficácia para deter atitudes tresloucadas como a
da guerra promovida pelo Presidente George Bush. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elias Vidal está com a palavra,
por transposição de tempo com o Ver. Elói Guimarães, em Comunicações.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib;
Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, eu quero cumprimentar o Ver.
Cassiá Carpes por um Projeto de Lei que está tramitando aqui na Casa, e que hoje
passa em 3.ª Sessão de Pauta, portanto, pela última vez aqui no Plenário. Eu
não poderia deixar de fazer também aqui o meu pronunciamento, o meu registro do
que penso a respeito do Projeto de Lei. Eu cumprimento o Ver. Cassiá Carpes
pela iluminação que ele teve, pelo discernimento deste Projeto de Lei, porque
os senhores, com muita facilidade, ao entrarem nos comércios de nossa Cidade,
no Estado e em muitos lugares - e eu me refiro a Porto Alegre, porque somos
Vereadores de Porto Alegre -, verão a venda de bebida alcoólica. Eu fico, às
vezes, pensando sobre o contra-senso de ver nos jornais tantos acidentes,
tantas mortes, tanta desgraças causadas por bebidas alcoólicas e, por outro
lado, vemos tanta facilidade, tanto estímulo, tanto incentivo para o consumo de
bebidas alcoólicas. Fico estarrecido ao ver na televisão tanta propaganda de
bebida alcoólica, parece-me que tudo é feito com álcool! Nas propagandas mais
lindas e mais apelativas, o álcool está presente: eles colocam na propaganda
uma linda mulher e alguém com uma garrafa de cachaça na mão ou outra bebida
alcoólica. Até parece que o indivíduo bêbado conquista mais facilmente a
mulher, até parece que o indivíduo com bafo de cachaça, de álcool, fica mais
sedutor para as mulheres. Pelo que sei, o álcool tem sido o motivo da grande
desgraça dos casamentos, de impotência sexual, de violência, de agressões
dentro do lar. Quantos jovens estão hoje nas ruas se drogando, quantos jovens
estão hoje na cadeia, quantos hoje estão assaltando pelas ruas, vítimas de um
casamento desfeito por um pai alcoólatra, e, muitas vezes, a mãe também
alcoólatra?
Então,
quero cumprimentar o Ver. Cassiá Carpes, que foi iluminado, porque acredito que
é um dispositivo a mais para dificultar um pouco mais; não que isso vá resolver
todo o problema, mas temos que dificultar o acesso. Quando falo no cercamento
da Redenção, falo para dificultar um pouco o acesso ao espaço geográfico que
está sendo usado para o consumo de drogas, para a violência e a prostituição.
Nesse caso, não vai resolver todo o problema, porque muitas pessoas vão
continuar vendendo bebida alcoólica, mas, com certeza, o indivíduo vai pensar
duas, três vezes antes de entregar uma bebida alcoólica para um menor, porque
sabe que estará na parede escrito o número da Lei.
Se
formos aos postos de gasolina, vamos ver os jovens se encontrando, lugar ideal
para a juventude, e é proibido vender bebida alcoólica para menores. Mas vemos
com freqüência, os jovens com garrafas de uma bebida alcoólica qualquer, que
contém ali um teor de álcool, e, por menor que possa ser, já não é a mesma
percepção no volante. Passam a noite bebendo, muitas vezes, bebendo no próprio
posto de gasolina, saindo dali com seus carros, provocando acidentes.
Alguém
pode dizer que, se não há acidentes, os médicos não terão muito o que fazer.
Outro dia, alguém me disse que é assim mesmo a vida, a vida tem de ser errada,
porque promove o comércio; a televisão estimula o consumo de drogas, o consumo
de álcool, e isso dá emprego. As empresas que produzem as bebidas alcoólicas
estão fornecendo riqueza, mas essa riqueza proporcionada com a morte de um
parente meu, eu não quero. Será que os senhores concordam com a morte de um
sobrinho, um parente morto por um atropelamento, porque alguém estava
alcoolizado?
Deixo,
aqui, o meu pronunciamento, cumprimentando o Ver. Cassiá Carpes por essa
iluminada idéia de fazer este Projeto de Lei, tem o meu apoio e acredito que
vai ter dos demais Vereadores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
em Comunicações.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, pessoas que nos acompanham nas galerias e por intermédio da TV
Câmara, saúdo todos. Hoje, pela manhã, este Vereador esteve fazendo uma visita
à SPAAN - Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados -, e, muito
gentilmente, fui atendido pela Dona Maria, Assistente Social, pela Edith
Teresinha Rech e pelo Adalberto Isse Pijuán.
Aproveito
esta oportunidade, a pedido da Dona Edith, que é uma das diretoras da Entidade,
e trago um abraço muito fraterno aos Vereadores e Vereadoras desta Casa. Vários
Vereadores foram citados por ela, Ver. Reginaldo Pujol, Ver. João Antonio Dib e
Ver. Pedro Américo, enfim, a maioria dos Vereadores foram citados pela Dona
Edith porque ela é uma pessoa que tem conhecimento a respeito dessa questão e
um trabalho muito longo nessa área assistencial.
A
Sr.ª Edith e o Sr. Adalberto me relataram de uma forma muito clara a situação
da SPAAN. A SPAAN tem capacidade para atender mais de duzentos idosos e hoje
atende cento e cinqüenta, com muita luta, meu caro Ver. Pedro Américo Leal, e
muito sacrifício.
Vejam
V. Ex.ªs, hoje a SPAAN tem cento e cinqüenta pessoas, que pagam uma
média de 200 reais por mês de aposentadoria, isso dá um valor de
aproximadamente 30 mil reais por mês. O custo de um idoso na SPAAN é de 550
reais, então, eles têm uma diferença de 52 mil reais para sustentar aqueles
idosos, aquelas pessoas que deram a sua história, a sua juventude, o seu
trabalho, a sua luta para o engrandecimento desta nossa Cidade e hoje estão lá
na SPAAN, e graças à luta dessa direção que consegue ainda, meu caro Ver. Pedro
Américo, que essas pessoas lá permaneçam e ainda tenham assistência e uma vida
digna. Mas a SPAAN luta com muita dificuldade, e eu faço este apelo a esta
Casa, às pessoas que nos assistem pela TV Câmara e que têm condições de ajudar,
que o façam até com um quilo de alimento. Ajuda muito. “Não vou lá na SPAAN
levar uma lata de azeite, um quilo de arroz, um quilo de feijão, porque é muito
pouco.” Não é muito pouco, é muita coisa!
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Besson, V. Ex.ª tem
plena razão. Há pouco tempo eu tive a oportunidade de dirigir um programa e de
levar representantes da direção do Asilo Padre Cacique e do Pão dos Pobres, e
não levei da SPAAN porque não pediram para ir, mas ela iria, seria do meu
agrado, porque essas três instituições são por demais beneméritas. As pessoas
que estão à frente delas, ao invés de ganhar dinheiro, perdem dinheiro e perdem
vida, porque se desgastam emocionalmente, pleiteando coisas que para os outros
são difíceis, mas que precisam adquirir, para fazer com que aqueles que estão
internados ali tenham melhores dias.
O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Vereador, pelo seu aparte. De
fato, V. Ex.ª citou muito bem o Pão dos Pobres, o Asilo Padre Cacique, que são
entidades que prestam esse relevante trabalho para os nossos velhos. Hoje,
infelizmente, os velhos são discriminados pela nossa sociedade e as pessoas que
têm sessenta anos têm dificuldade até para obter crédito, pessoas que, como eu
já disse, deram o seu trabalho, a sua luta para o desenvolvimento da nossa
Cidade e do nosso Estado.
Quero
aproveitar o tempo que resta para dizer que, no próximo dia 5, a SPAAN estará
fazendo uma feira, porque as pessoas doam muitas roupas e as roupas estão
sobrando. Então, fica aqui a divulgação às pessoas que nos acompanham pela TV
Câmara, aos Vereadores desta Casa, às pessoas que nos acompanham das galerias,
que comuniquem aos seus amigos e vizinhos que façam uma visita à SPAAN e
adquiram roupas boas, para que a entidade obtenha recursos para suportar e
sustentar essa despesa enorme. Só de água e luz são aproximadamente 6 mil reais
por mês. São heróis mesmo! Então fica aqui este convite e que Deus ilumine cada
vez mais o caminho dessa direção, para que eles possam, com a sua luta e
dedicação, pelo menos amenizar o sofrimento das pessoas idosas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Alerto as Lideranças da Casa que temos na
Ordem do Dia sete vetos ainda para serem votados. Proponho que, neste
intervalo, até a Ordem do Dia, as Lideranças acertem a seqüência que querem ver
votada.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, solicito um
esclarecimento. Estamos fazendo as primeiras conversações e podemos até fazer
quantas Sessões Extraordinárias forem necessárias para votar os vetos, mas tem
um detalhe: temos quatro Vereadores em representação, um no México, outro em
Gramado, em representação no Congresso em Defesa do Meio Ambiente, e mais
dois... Com o quórum diminuído em 13%, dificilmente teremos condições de
apreciar vetos, o que beneficiaria enormemente o partido da situação, e não
estamos dispostos a beneficiá-lo.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): De qualquer forma, mantenho a minha
solicitação no sentido de que as Lideranças examinem a viabilidade de votar e
estabeleçam a seqüência.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, em Comunicações.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, quero cumprimentar o Ver. Elias Vidal e, por extensão, o Ver.
Cassiá Carpes pelo Projeto das bebidas alcoólicas. Gostaria de ver um cidadão,
como diria o Collor - não que eu seja Collor -, com “aquilo roxo” e fechar as
fábricas de cigarros e fábricas de bebidas no mundo. Isso sim! Mas a gente só
vai enrolando, tentando atenuantes! Mas é muito difícil, não é Ver. Sebenelo? É
muito difícil!
Eu
quero falar exatamente sobre o assunto que o Ver. Isaac Ainhorn estava
focalizando. Precisamos fazer o máximo de esforço possível para que não haja
alterações na agenda enviada para os nossos trabalhos. Como comunicador, tenho
recebido na rádio centenas de queixas de pessoas que nos acompanham pela
televisão. Eles reclamam das alterações. Vamos parar o Plenário para fazer uma
reunião com os Líderes para decidir o que é que vamos discutir. Para que servem
os nossos funcionários, atuantes e brilhantes funcionários, que preparam a
agenda para o nosso trabalho aqui, se o Sr. Isaac Ainhorn e companhia, extensão
também ao Ver. Marcelo Danéris, volta e meia estão alterando o que aqui é
estabelecido para votar? Se o Prefeito veta... E este é um ponto de vista meu,
única e exclusivamente meu: um Projeto, eu entendo assim, é discutido,
conversado, e vai para votação. O Projeto foi para lá; voltou vetado. O meu
ponto de vista nunca vai ser alterado; eu não preciso vir aqui encaminhar veto,
discutir veto. Nós não teríamos sete vetos parados na Casa, trancados, e agora
também com a justificativa de que temos quatro Vereadores ausentes. Se nós
pensarmos bem, Ver. Isaac Ainhorn, se nós andarmos mais rápido com os trabalhos
aqui dentro, sobra mais tempo para nós fazermos o que quisermos lá fora. Está
na cara, é visível!
Durante
vários meses o meu gabinete tem recebido ligações de reclamações a respeito da
posição da roleta nos ônibus que circulam pela Capital. O local em que ela se
encontra, a cerca de dois metros de distância dos motoristas, não pode ser
considerado adequado. Sabe-se que as pessoas idosas e deficientes estão entre
aquelas pessoas que não pagam passagem, mas precisam ficar na parte da frente
do coletivo, entre a porta da entrada e a roleta. O espaço destinado a essas
pessoas é demasiadamente pequeno, já que, em média, lhes são reservados cerca
de 08 assentos. Como todos os passageiros entram pela porta da frente e sempre
existem outros passageiros que não encontram lugar nos assentos reservados, a
locomoção nesse pequeno espaço torna-se um problema para todos, desde
passageiros até motoristas e cobradores. Por isso eu entrei com o Projeto de
Lei modificando o local da roleta nos ônibus urbanos e dando outras
providências. As empresas privadas e públicas de transporte de passageiros da
cidade de Porto Alegre deverão adequar-se às novas normas previstas nessa Lei a
partir de sua publicação. Eu vou discutir sobre o Projeto, evidentemente, na
hora em que entrar em discussão.
As
tropas de Bush estão batendo na porta de Bagdá; pelo ar já chegaram há muito
tempo! Eu não tenho falado aqui sobre isso, mesmo porque entendo que falar aqui
não resolve! Não tem nenhum sentido eu ficar falando da Guerra do Iraque,
quando inunda o bairro São Geraldo e quando a Saúde está em greve; enquanto a
população gaúcha tem a sua guerrinha particular, que é esse problema nojento,
asqueroso, lamentável, com os médicos e, conseqüentemente, com a saúde dos
moradores da Capital e, com certeza, daqueles mais pobres, porque com aqueles
que têm plano médico está tudo bem. Mas permitam-me que, rapidamente, eu fale
sobre a guerra.
A
guerra entre os homens só é desencadeada quando da ausência total de Deus no
coração. Quem coloca Deus no coração e pauta suas atitudes pensando Nele,
confiando Nele, se inspirando Nele, não manda matar, não rouba, não manda
bombardear, e busca soluções através do diálogo e Dele. E Bush e Saddam, mesmo
filhos de Deus que são, não O levam no coração, e terão de voltar a este plano
muitas vezes ainda para recuperar esse enorme terreno perdido. O homem passa
por aqui, tem suas dificuldades, tem suas alegrias, sofre, chora, sorri, é
feliz ou não, às vezes é, às vezes não é, mas espia um mundo devendo cultivar o
relacionamento de respeito. E uma guerra nada mais é que o desrespeito pelas
leis divinas, pelo ordenamento do homem feito Deus, e decididamente Deus está
longe dos corações desses dois homens: Bush e Saddam. Que Deus ilumine os
corações deles e que alguma coisa seja feita!
Agora,
o que me estarreceu hoje, a última notícia da guerra, é que se você erra na
mira e a bomba cai numa maternidade, num supermercado, é uma fatalidade, mas,
por que os Estados Unidos distribuem, no Iraque, canetas e lápis explosivos?
Canetas e lápis explosivos estão sendo distribuídos nos vilarejos do Iraque,
Ver. Dr. Goulart! Não era de se colocar o cidadão Bush e o Saddam no paredão?
Fazer sorteio, eu queria ser um deles, com toda a sinceridade e com todo o
respeito que eu tenho a Deus.
Eu
estou esperando, e agora já passei a esperar sentado para não cansar, os
detalhes que eu pedi à Prefeitura de Porto Alegre a respeito do sambódromo. E
não me venham dizer que mandaram para a imprensa, que eu deveria saber. Não
sei! Eu quero, sou Vereador da Cidade e fui eleito para isso. Dentro do meu
direito de Vereador, eu estou pedindo a data de início das obras, previsão do
término, o custo da obra, quem ganhou a licitação, se é que já houve a
licitação.
Todo
trabalho que começa enrolado, meio “por baixo dos panos”, não pode chegar a
lugar nenhum. Se a Prefeitura vai mesmo construir o sambódromo, conforme
prometeu o Prefeito João Verle no calor da festa, do abraço com o povo na
avenida, que venha a público e diga a quantas andam as providências que estão
sendo tomadas para o sambódromo. Eu não sou obrigado a ir a reunião para saber.
Não sou! Não faço parte da comissão dos carnavalescos! Eu sou Vereador em Porto
Alegre, fui eleito com oito mil trezentos e quarenta e nove votos e eu quero os
detalhes. Eu vou continuar pedindo aqui e pedindo lá na Rádio Guaíba. Enrolar,
não!
Quanto
à greve na área da Saúde, Ver. Dr. Goulart, eu me nego a falar. Há coisas que,
por serem óbvias, tão óbvias, não merecem maiores considerações. E o descaso, o
jeito com que se trata a Saúde em nossa Cidade, em nosso País não me dá nenhuma
certeza de que continuando pensando como se pensa a Saúde vai continuar assim
por muito tempo. Greve no setor da Saúde deveria ser coisa do tempo da Arca de
Noé. Mas é verdadeira entre nós, na Cidade que nos orgulha pelo que já fez, mas
que me envergonha num caso como este, que é o da Saúde. É lamentável, é
profundamente lamentável. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
em Comunicações.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em
primeiro lugar, há que se compreender a dinâmica do processo legislativo. O
processo legislativo é extremamente rico em ensinamentos, em lições, a exemplo
do processo civil, do contencioso judiciário. O que eu quero dizer com isso?
Quando eu tenho no processo civil ou até no processo penal, na área do
contencioso – e a minha formação é de advogado –, e eu preciso ouvir uma
testemunha fundamental e esta testemunha não está presente, não compareceu, o
que eu tenho que fazer, como advogado, Ver. João Antonio Dib? V. Ex.ª, embora
engenheiro, tem bom senso. O que é que eu devo fazer? Eu tenho que buscar,
junto ao Meritíssimo Juiz, através dos argumentos mais fundamentados possíveis,
adiar o julgamento, adiar a instrução do processo no contencioso judicial para
promover a defesa do meu cliente. Isso no processo judiciário.
No
processo legislativo, os momentos são muito variados e ricos na dinâmica,
porque eles se desenrolam no quotidiano do trabalho da Ordem do Dia.
Eu,
como Vereador da Capital e como Vereador de oposição ao Partido dos
Trabalhadores, neste momento, Ver. Haroldo de Souza, entendo que os vetos
formulados pelo Sr. Prefeito estão equivocados, 95% deles.
Então,
o que é que eu tenho que fazer como Vereador de oposição? Eu quero derrubar os
vetos, mas para derrubar os vetos, Ver. Haroldo de Souza, eu preciso de
dezessete votos afirmativos, preciso de dezessete votos sim. No momento em que
eu não consigo articular com os meus companheiros, com V. Ex.ª, a presença
nesse Plenário de dezessete votos afirmativos, eu tenho que usar os mecanismos
regimentais, na busca de, naquele momento, não enfrentar o veto.
Hoje
mesmo, há pouco, eu aduzi aqui ao Ver. João Antonio Dib - que na condição de
Presidente da Casa fazia um apelo para votarmos os vetos - o seguinte:
Presidente, nós temos quatro Vereadores em representação, sendo que dos quatro,
dois são de oposição; então, nós estamos em posição de inferioridade. E eles
não estão brincando nem passeando: eles estão representando este Legislativo.
Então, eu vejo, Vereador, que nós temos que ter a estratégia da vitória, assim
como no jogo de futebol, que tão bem V. Ex.ª transmite e do qual conhece a
sistemática.
O
Sr. Haroldo de Souza: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Com certeza V. Ex.ª não vai me ensinar a narrar futebol, assim
como não vou ensiná-lo a ser Parlamentar. Estou invertendo e estou aceitando a
sua consideração. O que eu estou dizendo - e não é de hoje - é que é a primeira
vez em dois anos em que estou aqui que temos quatro Vereadores ausentes. Estou
falando das Sessões anteriores e do apelo que foi feito pelo Presidente. Por
favor, sobre o veto eu vou continuar pensando assim, e eu sei que tenho que
aprender muito ainda sobre Parlamento. Agora, se eu voto sim para um Projeto,
ele é para sempre; se eu mudar de opinião... Como é que eu vou mudar de
opinião? Então, por que eu preciso encaminhar veto? Por favor!
O
SR. ISAAC AINHORN:
Vereador, na dinâmica dos votos dos Vereadores, eu já vi Vereador votando pela
manutenção dos vetos de projetos dele próprio. Isso não é incomum, nem singular
e acontece com freqüência: Vereadores de posições radicalmente contrárias a um
determinado tema, em determinado momento, eles apresentam um projeto de lei
sobre a posição à qual eles eram contrários. O Ver. Carlos Alberto Garcia ri
para mim. E eu invoco aqui o saudoso Ver. Dilamar Machado, que sempre invocando
e trazendo a figura de um grande pensador, Voltaire, dizia, quando justificava
alguma alteração do seu voto: “Ora, só não muda de idéia quem não as têm.” Não
é o meu caso, mas, às vezes, mudamos, e eu respeito as mudanças. Infelizmente,
essa é a realidade, quem viver vai continuar vendo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registro com satisfação a presença entre
nós do Presidente da Câmara Municipal de Rio Grande, Ver. Adinelson Troca . V.
Ex.ª é bem-vindo. Sinta-se em casa.
O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, o que me traz a esta tribuna é uma saudação toda
especial que pretendo fazer, em nome da Bancada do PDT, ao nosso companheiro,
ferrenho militante, que já foi funcionário do gabinete do Ver. Isaac Ainhorn e
do gabinete do Ver. Pedro Ruas e há três anos trabalha no gabinete deste
Vereador e que foi eleito Presidente do Movimento de Justiça e Direitos
Humanos, que é o Serginho Bittencourt, o nosso querido “Bitenca”, que foi preso
político, torturado nos “anos de chumbo”. Um homem com grandes propostas, um
grande ideal, com um grande coração e com uma grande alma e que conhece, como
poucos, a situação e o que representa o Movimento de Justiça e Direitos Humanos
nesta sociedade em que vivemos. Uma sociedade cheia de controvérsias; uma
sociedade insegura; uma sociedade cheia de medos. E o Serginho Bittencourt, que
agora chega aqui no Plenário, foi eleito pelo Conselho o novo Presidente do
Movimento de Justiça e Direitos Humanos.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Bosco Vaz, eu, com orgulho – V. Ex.ª, evidentemente, já
manifestou no intróito das suas considerações que estava falando em nome do
Partido Democrático Trabalhista -, quero, neste aparte, associar-me às
manifestações de V. Ex.ª pela importância de que se reveste essa entidade, que
não é simplesmente uma entidade: é uma instituição, no Rio Grande do Sul, o
Movimento de Justiça e de Direitos Humanos. E ter o Sérgio Bittencourt, o nosso
querido “Bitenca”, substituindo a figura extraordinária de Jair Krischske,
realmente, numa sociedade que diariamente viola os direitos humanos, é uma
honra para esta Casa, onde Sérgio Bittencourt presta seus serviços. Muito
obrigado, Vereador. Saudação a V. Ex.ª.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Acolho o seu aparte e digo mais. Tenho
convivido ao longo desses tempos com o Bitenca, que me assessorou com grande
capacidade quando presidi a Comissão de Direitos Humanos desta Casa, hoje
presidida pelo Ver. Cassiá Carpes e já foi presidida pela Ver.ª Clênia
Maranhão. E o Bitenca sempre tem dado a sua contribuição. É sempre o amigo que
estende a mão, o profissional que traz uma idéia, sempre preocupado com o
próximo, preocupado com o ser humano e, agora, ele terá essa oportunidade, como
Presidente do Movimento de Direitos Humanos, de colocar em prática, não só
aquilo que o Conselho do Movimento de Direitos Humanos tem pregado e colocado
em prática, mas também aquilo que ele pensa em relação a esse assunto. Aquela
vivência que ele tem buscado juntamente com seus companheiros nesse intercâmbio
que ele tem realizado. Portanto, Bitenca, não é aqui o Ver. João Bosco Vaz, teu
companheiro de Partido, nem o Ver. João Bosco Vaz, em cujo gabinete tu
trabalhas, mas um companheiro, amigo de todos os dias, falando em nome da
Bancada do PDT, Partido ao qual és filiado e pelo qual tens militado: leva o
nosso abraço aos teus companheiros do movimento de Direitos Humanos e que tu
tenhas uma excelente gestão, que tu consigas colocar em prática exatamente tudo
aquilo que vocês estão pensando para melhorar a qualidade de vida do povo e, quem
sabe, afastar esses medos e esses problemas todos que temos vivido. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registro, com satisfação, a presença do
Vereador do PSB de Rio Grande, o Ver. Nando Ribeiro. Saúdo-o. Sinta-se em casa.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
primeiramente, V. Ex.ª, Presidente João Antonio Dib, já saudou dois Vereadores
e gostaria de saudar os que pude constatar aqui. O Ver. Darci Ferreira,
Presidente da Câmara Municipal de Pinhal Grande; o Ver. Adil Vo, também de
Pinhal Grande; o Ver. Danilo Klein, de Mato Queimado; o Sr. Gilmar Appel, de
Victor Graef, e Nando Ribeiro, de Rio Grande. Mas eu gostaria de comentar a
pesquisa publicada hoje nos jornais, de responsabilidade do IBOPE, que divulga
uma avaliação do Governo Lula. A avaliação foi a seguinte: 51% dos
entrevistados aprova o Governo Lula; 36% acha que o Governo é regular; 7% acha
que o Governo é ruim ou péssimo e 6% não opinou. Realmente, 51% aprova o
Governo e lhe dá uma nota de 6,8. Isso realmente é muito bom. Mas um detalhe
merece atenção e reflexão: a mesma pesquisa pergunta qual deveria ser a
principal preocupação ou a principal meta do governo brasileiro. Quarenta e
oito por cento dos entrevistados diz que é justamente o combate ao desemprego,
ou seja, o incentivo ao emprego; e somente 34% diz que é o combate à fome e à
miséria. O meu Líder, Ver. Pedro Américo Leal, diz que o enfoque do novo
Governo, em vez de ser fome zero, deveria ser desemprego zero. Por quê? Porque
fome é uma conseqüência e desemprego é uma causa, é uma fonte, é uma origem.
Justamente esse detalhe é que deve ser muito bem incentivado.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Primeiro, quero cumprimentar V. Ex.ª. Segundo, Vereador, quero
observar que essa pesquisa foi feita junto aos setores empresariais. Portanto,
observa-se que nos setores empresariais há essa simpatia em relação ao Governo
Lula, da maioria absoluta. Em terceiro lugar, eu gostaria de dizer o seguinte:
eu acho que problema dessa natureza - desemprego zero - é com emprego que se
combate. Mas um pouco de caridade, um pouco de atenção imediata não faz mal a
ninguém. V. Ex.ª, como homem caridoso e cristão, sabe disso.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Concordo com V. Ex.ª, mas 48% dos
entrevistados quer o combate ao desemprego. Porque a pessoa estando empregada,
ela soluciona o seu problema de fome, de miséria, de saúde, de segurança, de
escola, resolve o assunto.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ilustre Ver. João Carlos Nedel, nós, os Vereadores, como os
Deputados Estaduais, os Federais e os Senadores, devemos ouvir essa gritaria
que parte em toda a Nação: querem empregos. Dêem, preocupem-se com os empregos,
não se percam nessas coisas, nessa “babosidade” de Fome Zero - isso é bobagem,
é bobagem. Digo isso veementemente: empregos!
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ver. Pedro Américo Leal, por isso eu
gostaria de salientar e realçar a importância da comunicação da expansão da
General Motors, aqui em Gravataí, que estará investindo 100 milhões de dólares
na expansão da sua fábrica para produzir um novo modelo de automóvel. Também a
expansão das Conservas Oderich, que também fará investimentos que irão gerar no
nosso Estado. E aí, Sr. Presidente, fica cada vez maior a profundidade da minha
tristeza quando vejo que o Governo anterior, o do Sr. Olívio Dutra, mandou a
Ford embora, mandando os nossos empregos para a Bahia e deixando aqui o
desemprego. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registramos a presença do Ver. José
Borba, do PSB, de Alegrete. Os Vereadores do interior do Estado estão fazendo,
aqui na Câmara Municipal, curso na Associação Brasileira de Câmaras Municipais.
Bem-vindos, Ver. Jorge Borba e demais Vereadores. Sintam-se em casa. Esperamos
que tenham um bom proveito nos cursos que estão sendo realizados.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a
palavra, por cedência de tempo do Ver. Juarez Pinheiro, em Comunicações.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib,
Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras e público que nos acompanha aqui e
pela TV Câmara, eu acho que este momento, Ver. João Bosco Vaz, é o da doce
vingança do Ver. Raul Carrion, porque aqui o Ver. Raul Carrion sempre que
tratou, e nós também, obviamente, sempre que tratamos do Governo Federal fomos
acusados pela oposição de sermos Vereadores federais, que não queremos saber
dos problemas da Cidade. Agora parece que o tema é nacional, esqueceram Porto
Alegre completamente, agora é tratar do Governo Lula. Antes, quando se debatia
aqui sobre o Governo Fernando Henrique, havia uma série de acusações dizendo
que o que importa é a Cidade. O Ver. Sebastião Melo, que hoje faz várias
análises sobre o Governo Lula, antes dizia aqui que o cidadão não mora no País,
não mora no Estado, mora na Cidade - temos que tratar da Cidade. O Ver. João
Carlos Nedel e tantos outros Vereadores que, agora, adoram aqui falar do
Governo Federal, antes acusavam o Ver. Raul Carrion de ser um Vereador federal,
que não se importava com os temas da Cidade e só tratava do Governo Federal.
Mas agora parece que o tema do debate federal é possível. Mas que estranha
mudança é essa que orienta que agora se pode falar do Governo Federal!
O Sr. João Carlos Nedel: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Marcelo Danéris, eu só elogiei o Governo Lula, o qual foi
aprovado pela última pesquisa. Na próxima vez, eu prometo a V. Ex.ª, vou falar
sobre os mais de cem mil desempregados em Porto Alegre. Fica aqui a minha
promessa.
O SR. MARCELO DANÉRIS: O Ver. João Carlos Nedel recompôs a sua
fala e recoloca agora um elogio ao Governo Lula. Elogios a gente aceita,
obviamente. E as críticas nós queremos ouvir e debater.
Agora,
é interessante que o Ver. João Carlos Nedel, representante dos católicos, pelo
menos autodeclarou-se assim, é contra a campanha da fome, a campanha cívica
deste País; uma campanha importantíssima para recuperar do estado de miséria
mais de quarenta milhões de pessoas. O Ver. João Carlos Nedel fala de cem mil
desempregados. Nós temos um programa de combate à fome que quer tratar com
quarenta milhões de pessoas famintas neste País, fruto de vários anos de
governo, inclusive do partido do Ver. João Carlos Nedel. Vamos colocar as
coisas nos seus lugares: não é admissível que sejamos contra uma campanha da
fome, contrapondo com o desemprego. O desemprego é uma preocupação prioritária
do Governo Lula, que, para isso, já faz um trabalho, um caminho para uma
capacidade de desenvolvimento e economia capaz de gerar emprego. Senão,
vejamos, Ver. Goulart: se o Lula ganhasse seria o caos do dólar, seria o caos
do mercado, seria o desemprego em massa. E o que vemos hoje? O dólar nos seus
índices mais baixos, a inflação decaindo, caindo o risco Brasil, que diziam que
iria estourar com o Lula Presidente. Vamos colocar as coisas nos seus lugares.
E o Ver. João Carlos Nedel vem aqui e trata do desemprego em
Porto Alegre, mal-informado, eu diria, pelo seguinte: na última pesquisa de
desemprego nacional, a capital com menor índice de desemprego é Porto Alegre; a
Região Metropolitana com menor índice de desemprego é a Região Metropolitana de
Porto Alegre. Está nos jornais desta semana. Por quê? Porque aqui se pensa
desenvolvimento, porque aqui se pensa formas de geração de emprego, porque aqui
tem qualidade de vida e porque aqui há distribuição de renda, Ver. Darci
Campani.
O Sr. Darci Campani:
V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A política contra a fome,
do Governo Federal, aqui foi combatida. Pois o Prefeito Pillar, do PPB, de
Alegrete, tem como política para os miseráveis em sua cidade a extradição. Está
na matéria do Correio do Povo de
ontem que mendigos são devolvidos pela Prefeitura de Alegrete. Essa é a
política para o combate à fome da cidade de Alegrete.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Combate à fome e combate ao desemprego,
pelo jeito, defendidos pelo Ver. João Carlos Nedel.
Quero
registrar, por último, que este momento é um momento da grande vingança dos
Vereadores chamados federais, que tantas vezes, aqui, trataram dos temas
nacionais. Parece que agora há um acordo geral: o tema nacional é importante
para o País, é importante para o Estado e importante para o Município. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerrado o período das Comunicações.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, estivemos, hoje, no almoço do Grêmio Náutico União, pelos seus
noventa e sete anos, um almoço na Ilha.
Hoje
foi o almoço mil e cinqüenta e um, comandado e capitaneado pelo Edu de Deus.
O
Grêmio Náutico União, tradicionalmente, faz esses almoços, às quintas-feiras,
com a preocupação de que a sociedade de Porto Alegre possa fazer o passeio de
lancha até a Ilha e, principalmente, conhecer o trabalho dos atletas ligados ao
Clube.
Nós
tivemos a oportunidade de ver o trabalho do técnico Piá e seus atletas,
inclusive, dois deles, que já estão pré-selecionados para participarem dos
Jogos Olímpicos na Grécia.
Hoje
houve uma visita especial: o Governador do Estado, Germano Rigotto, participou
do almoço. Ele colocou a questão da raia olímpica, uma solicitação tão
“decantada” por parte daquelas pessoas ligadas ao esporte no Rio Grande do Sul
e no Brasil.
Hoje
o Governador assumiu um compromisso com os unionistas - com o Presidente Carlos
Alberto Pippi da Motta, com o Edu, com o Dr. Henrique Lister, com os atletas
que lá estavam, mais de duzentas pessoas presentes -: de tentar resolver, de
uma vez por todas, esse tema específico que é a questão da raia.
Sabemos
que há problema junto à Fundação Zoobotânica, junto à FEPAM, mas o Governador
disse que fará todos os esforço para que se resolva o quanto antes a questão da
raia.
O
Governador sabe que nós somos oposição, que o PSB é oposição ao atual Governo
Germano Rigotto, mas, ao mesmo tempo, temos que reconhecer que um governante,
quando está à testa do Governo, tem que visar ao bem-comum. Dentro desse
propósito é que hoje viemos, aqui, de maneira fraterna, nos solidarizar.
Esperamos que, o quanto antes, o Governador consiga resolver esse problema.
Queremos voltar a esta tribuna para parabenizá-lo e dizer que o desporto do Rio
Grande do Sul é grato por sua atitude.
Então,
o que viemos registrar, aqui, é que o almoço dos noventa e sete anos do Grêmio
Náutico União teve uma característica diferente: contou com a presença do
Governador, que assumiu o compromisso de fazer todos os esforços para que a
raia olímpica, de uma vez por todas, saia do papel, até por que esse é um sonho
de muitos e muitos anos, como é o sonho de todos os porto-alegrenses ver a orla
do Porto revitalizada.
Queremos
também registrar que durante esse almoço tivemos a oportunidade de falar com
Roberto Brauner, da Rede Pampa de Comunicações. E falávamos para o Roberto
Brauner que ontem esta Casa, por todas as suas Lideranças, enviou uma
solicitação ao Governo Federal, para que todas as vezes que ocorra algum evento
esportivo no horário da Voz do Brasil, ou seja, entre 19h e 20h, essas
emissoras fiquem com a missão de não transmitirem a Voz do Brasil e
transmitirem o evento. O Roberto Brauner me falou: “Garcia, a Rede Pampa
ingressou com uma liminar e hoje ganhou a liminar.” E com uma característica -
pasmem, vejam como é interessante isso -: a Rede Pampa entrou com uma liminar
para poder transmitir o jogo, ontem, Grêmio X Peñarol. Ganhou a liminar e, enquanto
não for derrubada a liminar, eles não precisam mais transmitir a Voz do Brasil.
Eles não sabem se isso vai ficar por um mês, dois meses ou a vida toda. Então,
quero, mais uma vez, dizer que aquilo que esta Casa fez ontem, por todas as
Bancadas, mostrou que os Vereadores da nossa Cidade são solidários com essa
atitude, ou seja, o que se pede não é nada de mais - porque a obrigatoriedade
da transmissão da Voz do Brasil começou num período de ditadura -, o que se
quer é a liberdade à imprensa, para ela transmitir aquilo que quiser, ainda
mais quando se trata de um evento esportivo. Naquele horário seria transmitido
algo de interesse para a população, como é a questão do esporte, em detrimento
da Voz do Brasil. Nós ainda incluímos: “com as ressalvas necessárias”, ou seja,
que o programa esportivo estivesse no horário da Voz do Brasil. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
3.ª SESSÃO
PROC.
0725/92 – SUBSTITUTIVO N.º 01, de
autoria do Ver. Cássia Carpes, que estende os benefícios do Instituto de
Passagem Escolar nos serviços de transporte coletivo explorados, concedidos ou
permitidos no Município de Porto Alegre (Lei n.º 5.548/84, alterada pela Lei
n.º 6.431/89) ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 041/92, de autoria do Ver. Nereu D’Avila.
PROC.
0868/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 003/03, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que
dispõe sobre a instalação de postos de abastecimento de combustíveis e serviços
e de estabelecimentos de lavagem ou troca de óleo e atividades afins, e
estabelece a obrigatoriedade de execução de medidas preventivas de proteção ao
meio ambiente, especialmente quanto ao sistema de armazenamento de
combustíveis.
PROC.
0967/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 004/03, de autoria do Ver. Luiz Braz, que dá nova
redação ao § 4.º do art. 36 da Lei Complementar n.º 170, de 31 de dezembro de
1987, alterada pelas Leis Complementares n.os 180, de 18 de agosto
de 1988 e 250, de 11 de julho de 1991, e dá outras providências.
PROC.
1080/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 005/03, de autoria dos Vereadores Aldacir
Oliboni, Beto Moesch e Sebastião Melo, que altera a Lei Complementar n.º 284,
de 27 de outubro de 1992, e alterações posteriores, e dá outras providências.
(Código de Edificações de Porto Alegre)
PROC.
1188/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 026/03, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que
torna obrigatório em bares, restaurantes, casas de diversão e similares, no
Município de Porto Alegre, a colocação de cartazes informativos referentes à
proibição da venda de bebidas alcoólicas, cigarros e assemelhados, a crianças e
adolescentes menores de idade.
PROC.
1018/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 014/03, de autoria do Ver.
Raul Carrion, que inclui dispositivo no Regimento da Câmara Municipal
de Porto Alegre, instituído pela Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e
alterações posteriores.
PROC.
1106/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 024/03, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
denomina Esplanada Municipal Célio Marques Fernandes o espaço urbano composto
pelos prédios do Executivo Municipal – Edifício Intendente José Montaury e Paço
Municipal, com os logradouros lindeiros.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, volto a
falar, na discussão de Pauta, no Projeto do Ver. Cassiá Carpes em relação à
proibição da venda de cigarro, de bebidas alcóolicas e assemelhados,
especialmente para menores. Acho que é um dos bons projetos que passou pela
Casa, mas ele contém um paradoxo na sua essência. Nós fizemos, a vida inteira,
a propaganda, a idéia, mais do que a idéia, a disseminação dessa idéia, mais do
que a disseminação dessa idéia, a sedução da idéia, através das propagandas
mais bonitas, mais subliminares, mais inteligentes em relação ao cigarro e à
bebida: quem bebe tem o número da sorte, que é o 51; quando uma pessoa é
bonita, ela “merece” uma bebida de álcool. E o que é que nós fazemos? Ao mesmo
tempo, ensejamos, pela televisão, uma ampla divulgação da bebida alcoólica e do
fumo. A propaganda do fumo hoje está proibida na televisão. E como é que se faz
propaganda? Não é mais a propaganda formal. Os atores de telenovelas passam o
tempo inteiro da novela com um cigarro na mão, o que é a melhor propaganda para
o cigarro. Mais do que isso: galãs de novelas, que nunca colocaram um cigarro
na boca, passaram a fumar, e hoje estão viciados, porque foram levados, pelo script, a aparecer nas cenas fumando,
burlando a vigilância das empresas que selecionam a propaganda de cigarro na
televisão, com outras formas muito mais sedutoras, muito mais paradigmáticas,
muito mais exemplares, como são os atores - figuras bonitas, figuras
idealizadas - que são como nós gostaríamos de ser: adorados pelas mulheres. Mas
eles estão sempre com um cigarro na boca. Como foi Humprey Bogart ...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Pedro Américo Leal.)
Com
o maior prazer! V. Ex. ª pode fazer o aparte, porque esse aparte talvez seja a
coisa mais importante, porque Casablanca, um filme extraordinário, clássico da
década de 50, de grande sucesso, filmado no Marrocos, tinha Humprey Bogart e Ingrid
Bergmann como casal principal, e o Humprey Bogart passa o tempo inteiro
fumando. É claro que ele morreu de câncer de pulmão! Steve McQueen passava o
tempo inteiro fumando nos seus filmes. Claro que ele morreu de câncer de
pulmão! Pois todos esses atores burlam, e nós, ao mesmo tempo, proibimos. Eles
são seduzidos pela mídia e proibidos do consumo. Fica, então, um paradoxo, Ver.
Cassiá, entre o estímulo da mídia e as proibições, que são necessárias e,
muitas vezes, indispensáveis. Pois esse estímulo é paradoxal, esse sim e não;
“há um lado carente dizendo que sim, e essa vida da gente dizendo que não”.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Há o impacto de dois quereres.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, neste
período trata-se exclusivamente de assuntos da Cidade, como o quer o nosso
querido Líder do Partido dos Trabalhadores. Aliás, há poucos dias, eu disse
desta tribuna, no momento adequado, que havia recebido uma reclamação nesse
sentido, de que nós estávamos muito atentos a problemas nacionais a problemas
internacionais e muito ausentes dos problemas locais. Na Pauta, inclusive, há
hoje pelo menos dois Projetos que certamente haverão de ter grande repercussão.
Um deles - infelizmente não disponho aqui na tribuna – é um Projeto
antiqüíssimo da Casa, de 1992, Ver. Dr. Goulart, de autoria do Ver. Nereu
D’Avila, que foi desarquivado e tem um Substitutivo da lavra do Líder do
Partido Trabalhista Brasileiro, Ver. Cassiá Carpes, que colocará certamente
este Legislativo e a Cidade na frente de um dilema, de um debate. Isso
ressuscita um debate, porque busca alterar, ampliar concessões de benefícios de
isenção e de redução tarifária no transporte coletivo de Porto Alegre.
O Ver. Luiz Braz não está aqui presente, mas, há poucos
dias, nós discutíamos que vivemos uma situação altamente preocupante, porque o
transporte coletivo de Porto Alegre tem uma forma de subsídio cruzado que, no
meu entendimento, proporciona uma grande injustiça ao tentar estabelecer
benefício, na medida em que se joga para a tarifa todos os custos relacionados
com as isenções conferidas por Lei, justas, defensáveis, já que atendem os
idosos, os deficientes, os estudantes, os professores, funcionários de escolas
e que acabam tendo financiadas suas isenções pelos usuários do transporte coletivo,
que são pessoas sabidamente de baixa renda e que, evidentemente, têm
dificuldade de satisfazer um custo tarifário, hoje alto na cidade de Porto
Alegre, fruto de uma planilha de custos, que, repleta de isenções, acaba por
estabelecer o valor que a população tem que satisfazer para usar desse sistema.
Então,
esse assunto, que nasceu lá em 1992 como um Projeto do Ver. Nereu D’Avila, que
foi desarquivado neste ano de 2003, e que mereceu do Ver. Cassiá Carpes um
Substitutivo, nós vamos ter de nos debruçar fortemente sobre ele. Nós temos de
ver, Ver. Luiz Braz, se essa política de isenções tarifárias é o caminho certo
num segmento onde o subsídio cruzado faz com que qualquer coisa que se faça
seja carregada em uma tarifa, e numa tarifa que vem crescendo, que poderia ser
consideravelmente reduzida, não houvesse essa série de isenções.
Por
isso, eu aproveito este ensejo para colocar este ponto de vista em cima de uma
proposta que tramita na Casa há mais de dez anos e que, agora, é restabelecida
e que, certamente, vamos ter que nos ocupar dela.
Da
mesma forma, Vereadores, temos um Projeto de Lei do Ver. Elói Guimarães, que eu
quero louvar pelo esforço por ele realizado, trazendo à colação um assunto de
profunda relevância, como demais são todos aqueles que a Casa conhece, mas este
se apresenta com característica muito especial. Eis que dispõe sobre a
instalação dos postos de abastecimento de combustíveis e serviços de
estabelecimentos de lavagem ou troca de óleo e atividades afins e estabelece a
obrigatoriedade da execução de medidas preventivas de proteção ao meio
ambiente, especialmente, quanto ao sistema de armazenamento de combustíveis.
Concluo, Sr. Presidente, alertado por V. Ex.ª, dizendo que é
pena que, somente neste momento nos acordemos para este assunto, último dia de
Pauta, e que não se discuta com mais profundidade este Projeto. A Casa,
necessariamente, obrigatoriamente, terá de cuidar muito e muito fortemente
desses dois Projetos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em
Pauta um Projeto do Ver. Luiz Braz que, em função dos inúmeros aumentos - vamos
chamar até de irregulares - do DMAE, que nós verificamos no ano que passou e já
neste, porque, no ano passado, foi feito um realinhamento de 19%; quer dizer,
realinhamento ninguém paga? Não, paga! Sai direto do bolso do contribuinte. E
este ano, mais 29% de aumento direto do bolso do contribuinte, que todos já
estão recebendo a nova conta de água e estão vendo. Há um amigo aqui que teve
100% de aumento na sua conta de água.
Então,
o Projeto do Ver. Luiz Braz traz novamente para a Câmara a necessidade de
analisar o aumento ou não e em que percentuais pode haver esse aumento.
O
Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, V. Ex.ª, que é um conhecedor da matéria,
sabe muito bem que tanto no caso da água, que é uma tarifa, como também no caso
do imposto, que é o caso do IPTU, eu acredito que nós cometemos um equívoco há
algum tempo, porque nós colocamos na Legislação que poderia haver um aumento
automático, se ele estivesse apenas até o índice de IGP-M. Só que o IPG-M hoje
é um índice que é muito maior do que todos os outros que regulam a vida da
nossa sociedade. A nossa sociedade, na verdade, tem ganhos não pelo IGP-M, mas
são ganhos muito menores. E eu penso que cabe à Câmara Municipal analisar, ano
a ano, uma proposta que venha do Executivo, tanto no caso da água como no caso
do IPTU, para que nós possamos analisar para ver se é compatível com a
capacidade de pagamento do usuário, porque, senão, eu acredito que realmente
nós estamos cometendo um erro, deixando tudo nas mãos do Executivo.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: E penso, Vereador, que a Câmara precisa
analisar profundamente. Trata-se, talvez, de corrigir uma omissão importante
para esta Casa.
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu queria felicitar o Vereador por ter escolhido este tema da
Pauta, mas especialmente o Ver. Luiz Braz, porque o consumidor já não agüenta
mais a voracidade fiscal, acrescida, inclusive, do alijamento desta Casa neste
tipo de decisão. A inclusão da Câmara de Vereadores devolve inclusive a
possibilidade de defesa do consumidor. Muito obrigado.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Outro Projeto que está em Pauta é um
Projeto conjunto dos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch e Sebastião Melo,
que altera o Código de Edificações e que proíbe a utilização do amianto e de
qualquer de seus compostos nas construções, nas edificações, ressalvados os
Projetos que são autorizados em lei.
De
agora em diante, os reservatórios não poderão mais ser de amianto, e sim de
concreto armado ou de outro material que não seja o amianto, porque o amianto
traz problemas a nossa saúde.
Por
isso, cumprimento os três Vereadores: Ver. Sebastião Melo, Ver. Aldacir Oliboni
e o Ver. Beto Moesch, meu companheiro de Bancada, pela oportunidade deste
Projeto.
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nós já passamos da idade do amianto, que deu grandes problemas de
saúde e vamos, agora, a um período muito mais inteligente, muito menos nocivo.
Muito obrigado, Sr. Vereador.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): a Ver.ª Maristela Maffei solicita Licença
para Tratamento de Saúde nos dias 3 e 4 de abril.
(Obs.:
Foi apregoado o Requerimento da Ver.ª Maristela Maffei e dada posse à Suplente,
conforme consta na Ata.)
O
Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, ontem, tive a oportunidade de falar, rapidamente, sobre o Projeto
do Ver. Cassiá Carpes, que torna obrigatória, em bares e restaurantes, casas de
diversão e similares no Município, a colocação de cartazes informativos
referentes à proibição da venda de bebidas alcoólicas, cigarros e assemelhados.
Eu dizia que, ao contrário do outro Projeto, com o qual tenho divergências,
esse é um projeto com o qual tenho total concordância e classifiquei-o como uma
iniciativa inteligente, na medida em que ele vem reforçar, no mínimo, três leis
que temos, inclusive o ECA, no combate a essa liberalidade de vender bebidas
alcoólicas a crianças, adolescentes e a menores, que é proibido na Lei, mas
sabemos que, infelizmente, muitas vezes, a legislação não é cumprida.
Esse
Projeto está ligado a um tema maior, que é o do combate às drogas. Quero dizer
aqui que o combate às drogas é uma luta desigual, travada por aqueles setores
da sociedade que percebem a necessidade e os malefícios que as drogas causam em
nossa sociedade. Por que eu digo que é uma luta desigual e muito difícil? Por
dois fatores: de um lado, lidamos com uma contradição, quase que com uma
hipocrisia da sociedade; de outro, com os fatores de ordem econômica. No
primeiro caso, há uma série de leis que proíbem a venda de bebidas alcoólicas,
as chamadas drogas legais e, ao mesmo tempo, temos uma permissão de fabricação
e de ampla publicidade dessas drogas. Então, é muito difícil enfrentar essa
situação. A sociedade, de um lado, permite não só a produção dessas drogas, mas
a sua divulgação por intermédio dos meios de comunicação com belas imagens,
belas propagandas, e nós ficamos a tentar conscientizar sobre os malefícios das
drogas. Quanto aos fatores de ordem econômica, sabemos que especialmente
cigarros e bebidas alcoólicas envolvem poderosos interesses, envolvem enorme
quantidade de recursos e, portanto, criam uma espécie de dependência da
sociedade em relação a esses recursos, a esses empregos, inclusive, que se
criam, sem contar as chamadas drogas ilegais, porque quem trabalhou com a recuperação
de crianças e adolescentes move uma guerra sem quartel e desigual com o
tráfico, porque esse tem recursos econômicos que muitas vezes são superiores à
maior parte dos programas sociais. Então fica uma luta extremamente desigual
com o tráfico, conseguindo oferecer atrativos para a juventude muito maiores do
que os parcos recursos que os diversos programas sociais, em todos os níveis,
podem oferecer. A luta contra às drogas, sejam elas legais ou as chamadas
ilegais, é muito difícil e desigual. Fazendo uma comparação atual,
contemporânea, diria que é uma situação quase mais difícil do que a situação de
um país como o Iraque enfrentando as forças aliadas ocidentais, numericamente
superiores e muito melhor armadas, tal é a dificuldade de se fazer essa batalha
contra as drogas no Brasil. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra
para discutir a Pauta.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente Ver. João Antonio Dib,
Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, a discussão de Pauta que eu
gostaria de fazer hoje, nesta tribuna, é sobre o Projeto de Lei do nobre Ver.
Cassiá Carpes, que torna obrigatória em bares, restaurantes, casas de diversão
e similares no Município de Porto Alegre a colocação de cartazes informativos
referentes à proibição de venda de bebidas alcoólicas, cigarros e assemelhados
a crianças e adolescentes menores de idade. Essa reflexão, Ver. Cassiá Carpes,
é importante que façamos aqui e com projetos de lei que possam estar sendo
adequados no Município de Porto Alegre e, mais do que isso, referendando,
divulgando uma lei maior chamada Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei
n.º 8.069, de 1990, a qual traz toda uma legislação, um novo olhar sobre a
infância do nosso País. Este Projeto de Lei que o Ver. Cassiá Carpes nos
apresenta para a discussão tem esse aspecto de trazer a divulgação, de
implementar, de colocar na prática a divulgação do Estatuto da Criança e do
Adolescente, que, lá no seu art. 243, já faz uma referência, dizendo da
proibição da venda de bebidas alcoólicas e assemelhados a crianças e
adolescentes, e ali preconiza, também, naquele parágrafo, quais são as punições
que devem ser postas em prática às pessoas que praticam esse comércio que eu
diria, de certa forma, ilegal, por estar indo contra um dispositivo do Estatuto
da Criança e do Adolescente. Mais do que isso, ele nos traz uma discussão não
só sobre a legislação, mas sobre a prática e o cotidiano de nossas vidas com a
presença das drogas no nosso dia-a-dia.
Nós
apontamos e muitas vezes nos sentimos horrorizados com a questão das drogas,
como a maconha, como a cocaína, como o crack,
a disseminação desse tipo de droga na sociedade, e muitas vezes acabamos
esquecendo de apontar e verificar os verdadeiros prejuízos que trazem as drogas
lícitas, que são o álcool e o tabaco. Já na primeira intervenção da discussão
de Pauta o Ver. Cláudio Sebenelo fazia uma referência muito correta neste
aspecto, já que é médico, colocando a situação do fumo. Pois eu aqui quero citar
uma pesquisa frente à questão do álcool, feita pela Universidade Federal de São
Paulo, pela psiquiatra Denise de Michele, que traz uma questão bem importante:
o estudo revela o quanto a sociedade aceita e tolera o consumo de drogas como o
álcool e o tabaco. E ela cita um exemplo comum de pais que chegam em casa
cansados, estressados e tomam uma cerveja para relaxar. Com isso, o filho passa
a enxergar a droga como um facilitador diante das situações difíceis. Portanto,
ao falar das drogas ilícitas, nós temos que falar, obviamente, das drogas
lícitas do nosso dia-a-dia, do nosso cotidiano, pois muitas vezes vamos para
casa cansados e usamos, como válvula de escape, uma cervejinha, usamos, como
válvula de escape, tomar uísque, passando para os nossos filhos, passando para
as nossas gerações a necessidade de ter algo que nos possa relaxar, um
instrumento, algo que nos possa fazer sentir menos cansados do nosso
quotidiano. Esse senso comum que passamos para os nossos filhos, que os adultos
passam nas suas relações com as crianças, esse quotidiano, é extremamente
difícil de ser modificado; portanto, colocar os cartazes apenas e fazer a
divulgação é o primeiro passo, mas nós também temos de ter consciência da
necessidade de revermos as formas como nós atuamos e educamos as crianças e os
adolescentes, permitindo a eles acesso direto, no seu quotidiano, a drogas,
como o álcool e o tabaco. Certamente, isso levará – há pesquisas que já indicam
esse aspecto – essas crianças e esses adolescentes a buscarem um prazer maior sempre,
por intermédio de alguma droga, seja ela lícita ou ilícita.
Meus
parabéns, Ver. Cassiá Carpes, por poder estar propiciando esta discussão nesta
Casa. Nós precisamos, inclusive na Comissão dos Direitos Humanos, estar fazendo
um debate maior sobre a questão da drogadição, que envolve não só as drogas
ilícitas, mas também as drogas lícitas na sociedade: o álcool e o tabaco. Muito
obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Está encerrada a Pauta.
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no
final do ano de 1999, foi sancionado o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
da cidade de Porto Alegre, consubstanciado na Lei Complementar n.º 434, de 1.º
de dezembro de 1999, tendo entrado em vigor, conforme estabelece um dos seus
dispositivos finais, no dia 1.º de março de 2000. Recentemente, nós recebemos
em nossos gabinetes um ofício do nosso Presidente, Ver. João Antonio Dib, que
era uma cópia de um ofício encaminhado do Sr. Prefeito, em que afirma que:
(Lê.) “Repetidas vezes, os Srs. Vereadores têm-se pronunciado acerca desse
importante instrumento urbanístico. Mais recentemente, a partir do segundo
semestre do ano passado, manifestações ocorreram diante da reavaliação do
Plano.” Daí, reporta-se ao art. 33 e ao art. 36 do Plano Diretor, que diz que
são atribuições do Sistema Municipal de Gestão e Planejamento promover a cada
gestão administrativa uma Conferência Municipal de Avaliação do Plano Diretor,
sendo que a primeira deverá ocorrer no terceiro ano após a promulgação da Lei.
No caso, neste ano. Fala, ainda, que serão objetos de leis, o art. 162,
Programa Viário, no prazo de trezentos e sessenta dias, a partir da publicação
da Lei.
Pede
o Ver. João Antonio Dib informações, e, de uma certa maneira, até explicações,
na condição de titular do Poder Legislativo desta Cidade.
Mas
não se esgota aí, no nosso entendimento, a omissão, de uma certa maneira, do
Poder Executivo, conquanto há outros dispositivos que não estão sendo
implementados, que não estão sendo regulamentados.
Vejam,
por exemplo, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o art. 44 do Plano Diretor, que
diz o seguinte: “Além da participação global da comunidade na gestão do
planejamento urbano, a qual se dará através do Conselho Municipal Urbano e
Ambiental da Cidade de Porto Alegre, fica assegurada a participação comunitária
em nível regional e local, na forma a ser definida em lei.”
Nós
perguntamos: onde há lei regulamentadora? Onde está a lei regulamentadora? Por
que o Executivo não renovou a regulamentação desse dispositivo, que é a sua
bandeira, normalmente, que é a participação da comunidade? Não há
regulamentação. Sr. Presidente, até agora, passados três anos, não há uma
regulamentação por lei da participação da comunidade em nível local e regional.
A
Administração mandou para cá, há dois anos, um Projeto capenga e retirou, onde
o Programa Viário deveria ser objeto da apresentação de uma proposta de lei em
trezentos e sessenta dias.
Vamos
além, diz que: “Ficam definidos os seguintes prazos: cento e oitenta dias para
a regulamentação do disposto dos parágrafos 2.º e 3.º do art. n.º 32.”
Regulamentou, o Executivo? Cento e oitenta dias para a definição dos limites
das áreas e lugares de interesse cultural. Foi feito? Doze meses para a
reestruturação da Secretaria Municipal do Planejamento. Passaram-se do prazo
vinte e quatro meses. E há um silêncio absoluto! Não houve uma proposta de
reestruturação da Secretaria do Planejamento Municipal.
Vejam
V. Ex.ªs, aí estão os dispositivos. O que faz a Administração
Municipal? Já vou encerrar, Sr. Presidente, agradecendo a benevolência e
generosidade de V. Ex.ª. Onde está o Executivo, que não toma as iniciativas?
Nós queremos o debate dos temas da Cidade. Sim, Ver. Marcelo Danéris, queremos,
mas V. Ex.ª e o Governo de V. Ex.ª se omitem nessas importantes questões que
envolvem aquilo que é essencial à vida da Cidade, que é o seu regime
urbanístico. Não cumprem os prazos nem as leis. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é
evidente que quando o Ver. Isaac Ainhorn vem à tribuna e assinala gritantes
omissões do Poder Executivo no que diz respeito ao cumprimento da Lei Maior da
Cidade na área de desenvolvimento urbano e ambiental, ele está, de certa forma,
atendendo a Liderança do Partido dos Trabalhadores que, hoje, da tribuna, nos
cobrava uma atenção maior sobre os assuntos da Cidade, nos retirando de debates
de problemas nacionais, aqueles mesmos problemas, Ver. Isaac Ainhorn, que eram
tão amiudemente trazidos à tribuna até dezembro desse ano e dos quais quer se
desligar a Câmara de Vereadores de Porto Alegre a partir deste momento. Eu já
conversei com o Presidente da Casa, Ver. João Antonio Dib, que vem tomando
providências absolutamente consentâneas com a sua responsabilidade de
Presidente da Casa sobre a conveniência de invertermos esse processo, Ver.ª
Clênia Maranhão, e já que não querem suprir ...
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu peço atenção do Plenário, por favor.
Há um orador na tribuna.
O SR. REGINALDO PUJOL: Já que não querem suprir esses vazios
legislativos, entendo que a Câmara Municipal de Porto Alegre tem de assumir a
liderança desse processo, porque nós não podemos ficar eternamente discutindo a
herança maldita do Presidente Fernando Henrique, como não quer o Líder do
Partido dos Trabalhadores que se fale em assuntos federais; tem de se falar em
assuntos locais. Em assuntos locais, nós, Vereadores, estamos com créditos que
temos de executar junto ao Poder Executivo da Cidade, porque, com muita
freqüência vêm Projetos aqui para a Casa, reclamam agilidade da nossa parte,
Ver. Pedro Américo Leal; nós tomamos as providências. V. Ex.ª foi um denodado
lutador pelo Projeto da Entrada da Cidade; nós fizemos a aprovação aqui em
regime de urgência e nós não vemos as coisas. Há uma condescendência geral até
- eu vou me permitir, isso não é nada político o que eu falei, que há uma
condescendência geral -, orquestrada pela grande imprensa da Cidade, que chega
a elogiar o Executivo de Porto Alegre por estar há dois anos e meio pintando o
Palácio Municipal e ao mesmo tempo pagando aluguel para estabelecer o gabinete
do Prefeito. E a imprensa diz que isso é uma beleza. Mais de dois anos para
pintar o Palácio Municipal, que hoje serve para ter um muro com grafite em
torno dele. As coisas em Porto Alegre pararam literalmente.
O
Plano Diretor – tem razão o Ver. Isaac Ainhorn – não pode ser avaliado, porque
não foi sequer implementado. A mais grave das omissões, que o Ver. João Dib
apontava quando se discutia o Projeto, que era a ausência total de referência
ao sistema viário da Cidade, que tinha de ser satisfeito em trezentos e setenta
dias, não o foi. E nós, obviamente, Ver. Cláudio Sebenelo, não podemos falar em
problemas federais, porque os problemas de Porto Alegre são muito grandes,
suficientemente capazes de nos manter atentos a esta realidade, cheia de obras
inacabadas: a Perimetral, num processo de confusão mais absoluta; o pórtico da
cidade, com recursos do Pró-Memória aprovados em regime de urgência por esta
Casa, está paralisado; o cinema Capitólio criminosamente vai cair qualquer dia
desses, e há dez anos o Prefeito da época veio nos pedir para, em quarenta e
oito horas, fazermos um Projeto de Lei, e nós o fizemos. E agora vêm dizer que
viramos Vereadores federais, que só falamos nos assuntos nacionais. Ora,
sabemos que a coisa, nacionalmente, não está indo do jeito que se esperava. A
própria Deputada Luciana Genro diz isso. Tudo o que eles diziam no passado,
redisseram. Os empresários estão muito satisfeitos com o Governo Lula. Estão,
sim. É melhor do que Fernando Henrique. O Governo Lula deu o melhor juro que os
banqueiros já tiveram neste País. E nós estamos aqui, convocados pela Liderança
do PT, para falar dos problemas da Cidade. Vamos falar, eles são muitos: são
omissões, são imperícias, são, sobretudo, descaso com a Administração pública
do Município. Está atento o Vereador Líder do Partido dos Trabalhadores e está
satisfeito o seu pedido. Vamos, hoje, amanhã, permanentemente, avivar a cidade
de Porto Alegre: faliu a administração do PT em Porto Alegre, e não cumpre a
lei! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra para uma Comunicação de Líder pelo PMDB.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, a verdade, Ver. Elói Guimarães, é que se Fernando
Henrique Cardoso tivesse feito a autonomia do Banco Central, as coisas, hoje,
estariam resolvidas. Mas, ontem, no passado, o PT falava do federal e se
esquecia da cidade. Na verdade nós temos falado muito das coisas de Brasília, e
nos esquecemos de Porto Alegre. Então, o PT estava errado ontem, e, pela parte
que me cabe, estamos errados hoje em nos preocuparmos com as coisas que
acontecem em Brasília, embora também tenha-se que dizer que a Fome Zero deveria
ser “desemprego zero”, mas nós temos de cuidar de coisas da Cidade. Porque a
partir do instante em que o Ver. Ervino Besson traz para cá folhetos, e são
milhares que há pela Cidade desse tipo: “Roupas, calçados e utilidades
domésticas a partir de 1 real”, isso não é lucro para terceiros, é lucro
para - Atenção ao Idoso! - a SPAAN.
Então, num País em que tem de fazer campanha a um “mil réis”, a “um pila”, as
coisas, socialmente, não podem estar dando certo.
Como
não estão certas as coisas ali pelo lado do Bairro São Geraldo, onde hoje à
noite nós temos um encontro com o Secretário Municipal de Produção, Indústria e
Comércio, Adeli Sell, para constituir um Conselho de Desenvolvimento Econômico
daquele bairro. Aquele bairro que sofre com inundações há anos e anos; e agora
não precisa mais ter temporal, é uma pequena chuva e, ali na Av. Goethe, no
Bairro São Geraldo é uma balbúrdia só. Isso é incompetência ou falta de vontade
política? Se em outras cidades do mundo se resolvem problemas de inundações,
por que não se resolvem os problemas de Porto Alegre? Falta dinheiro? Mas onde
está o dinheiro que aqui sempre foi denunciado pelo Vereador, hoje Presidente,
João Dib, de que a Prefeitura tem dinheiro empregado? Se o dinheiro está
empregado, por que nós não vamos...
A
história da Saúde: todos os problemas que existem em Porto Alegre, existem em
todas as partes. Eu entendo, começando na política, que deveríamos ser mais
ágeis. Se tem que se resolver esse problema da greve da Saúde, por que não se
reúnem das oito horas até às duas horas da madrugada, resolvem uma parte, e
amanhã começam às oito horas da manhã até terminar o problema? Mas um foge da
responsabilidade, o outro deixa de comparecer, o outro deixa de assumir a sua
responsabilidade e o problema da Saúde, que já deveria ter sido banido - não só
de Porto Alegre, mas do mundo -, está aqui batendo às nossas portas, onde se
diz que Porto Alegre é uma das melhores cidades para se viver no mundo. E é,
por sua natureza, mas não por sua condição política e social, absolutamente não
é.
Outra
coisa que não se fala muito, e só se fala de vez em quando para a mídia: quando
é que vamos resolver os problemas dos camelôs? Na semana passada eu fui, de um
por um, para saber: “Alguém apareceu aqui nos camelôs para fazer uma triagem?
Qual é a origem do senhor? Antes do senhor ter sido camelô, ser camelô, o que o
senhor fazia na vida?” Dá para empregar essa pessoa, batalhar um emprego para
essa pessoa que está no comércio informal, porque não tem emprego? Mas por que
isso não é feito? Por que as coisas são feitas na base da porrada, na base do
cacete? Não pode fazer e pronto! Não. Faz uma triagem, um negócio sério, Adeli
Sell. Pergunta ao cidadão. Aquela senhora, tiraram uma senhora que vendia
flores na Igreja, ali perto da Rua Dr. Flores, há vinte e dois anos; a mulher
criou os filhos vendendo flores. Pois tiraram a mulher de lá e vão colocar
onde? Então, arrumem um emprego primeiro. Porque não adianta fazer a campanha
da Fome Zero se não fizerem a campanha do “desemprego zero”.
Tem
outra coisa, antes de encerrar: eu tive a denúncia de que há um viaduto na
Cidade, viaduto importante, em que as obras foram interrompidas. Foram
interrompidas, Líder do PT? Tem algum viaduto? Tem um viaduto em Porto Alegre –
vou pegar detalhes – em que as obras serão reiniciadas a partir de janeiro de
2004. Por que em 2004 há as eleições municipais? Eu espero que não seja por
causa disso. Por favor!
As rosas não falam.
E agora, eu queria uma atenção toda especial, é muito
difícil porque a nossa televisão é uma televisão paga, e a pessoa que vive no
morro, que vive no casebre não tem acesso, mas quem escutar, que diga para o
pobre: se você é carente, se você é pobre, não fique doente até que aqueles que
são responsáveis pela Saúde de Porto Alegre tomem vergonha na cara! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Vereador João Dib, Srs.
Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, senhoras e senhores, quero, aqui,
salientar que ontem o Senador Sérgio Zambiasi fez um pronunciamento onde propôs
a criação do Fórum Mundial de Parlamentos pela Paz, e quero salientar não só a
presença do Senador Sérgio Zambiasi, mas a união dos Senadores pelo Rio Grande.
Senador Sérgio Zambiasi, Senador Pedro Simon e Senador Paulo Paim. Lá não tem
partido político, lá tem o Rio Grande. Senti e ficamos, sem dúvida, honrados
por aquela união em busca de lutar pelo Rio Grande. Quero dizer também que
dentro dessa linha dos projetos que tenho apresentado aqui de colocar os
cartazes nos bares e restaurantes, informando o ignorante muitas vezes, que não
tem conhecimento da Lei que diz que não pode vender bebida alcoólica para
menores, sob pena de prisão, é uma coisa simples, mas objetiva e que muita
gente não sabe, às vezes até o adolescente não sabe, os pais não sabem. Então,
é importante que ele saiba que não podem ser vendidos, para menores, cigarros,
bebidas alcóolicas, etc.
Também
estou esperando que a Secretária, nossa Ver.ª Sofia Cavedon, sancione, já que
foi aprovado por esta Casa, o Projeto de uma Semana de Conscientização Contra
as Drogas nas escolas municipais. Porque também é importante a conscientização
entre os pais, alunos, professores, para que nós possamos amenizar um pouco a
situação dramática das drogas, principalmente em Porto Alegre - que hoje é a
Capital das drogas nas escolas e nos adolescentes.
Fui
buscar uma Ata de 20 de outubro de 2001, na qual era proposto que diminuíssemos
o recesso parlamentar. E vi que os únicos Vereadores que votaram a favor foram
os Vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Cassiá Carpes, João Antonio Dib – com
Declaração de Voto - e João Carlos Nedel. Portanto, somente cinco Vereadores,
naquela oportunidade, no dia 20 de outubro de 2001.
Agora,
há um Projeto na Casa. O problema não são os projetos, o problema é vir ao
Plenário e atuar, trabalhar. Porque, esses que vêm muito pouco, virão menos
ainda a esta Casa. Essa é a realidade! Portanto, há gente que joga para a
torcida, mas aqui trabalha muito pouco. Embora eu respeite, porque que tem
gente que trabalha. Mas tem que trabalhar mais, tem que vir mais a esta Casa,
fazer presença, debater os projetos. Há Vereadores que, às vezes, só vêm se há
projeto de sua autoria; caso contrário, não aparecem. Portanto, nós temos que
ter determinação, senão, uns trabalham e outros trabalham menos. Nós temos que
ter um equilíbrio. Há alguns aqui que tiram fotos e mandam para a imprensa
dizendo isso e aquilo. Aí é fácil! Nós temos que ser sinceros, nós temos que
trabalhar. Nós estamos, há mais de duas semanas, neste Plenário, para derrubar
doze ou treze vetos do Sr. Prefeito e não conseguimos. Ou não, é claro. Mas
temos que votar! Nós temos que estar presentes para votar.
Muitas
vezes, nesta Casa, nós pensamos que fazemos as leis e a Prefeitura faz que vai
sancionar. Esta é a realidade.
Nós
ficamos iludidos. O que nós queremos são mudanças urgentes nesta Casa, para que
possamos, todos os trinta e três Vereadores, não só o Presidente, que está
sempre aí, que batalha, que cobra dos Vereadores – e tem que cobrar mesmo! -,
agilizar os trabalhos nesta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, população porto-alegrense que acompanha os nossos
trabalhos na Casa do Povo de Porto Alegre, na nossa Câmara Municipal, eu queria
me reportar, nesta intervenção que faço em nome da minha Bancada, o PPS, a duas
questões importantes que chegaram até meu Gabinete, trazidas por Lideranças do
nosso Município. Mas, antes, eu queria fazer um registro, mais uma vez, da
tristeza que envolve a humanidade pelo prosseguimento dos massacres contra as
famílias iraquianas. Ontem, inclusive, houve um bombardeio contra uma creche na
capital iraquiana.
Eu
me recordo que, na guerra anterior, nos bombardeios anteriores, entre os
massacres feitos à população, o governo americano bombardeou um hospital. E eu
queria ainda registrar o quanto é impressionante ver, através da Internet, as
fotos das crianças mutiladas dentro das suas casas ou nas ruas, onde elas se
encontram nos momentos dos massacres que acontecem e que, parece, serão longos,
infelizmente.
Quero,
agora, recolocar para vocês duas questões que eu acho bem importantes, que se
referem a duas graves dificuldades que enfrentam as famílias porto-alegrenses,
fundamentalmente as mulheres, que são as mais atingidas pela ausência de uma
política na área dos cuidados infantis. Questões têm chegado de várias famílias
que têm crianças com menos de seis anos de idade e que sofrem uma enorme
dificuldade de colocação dos seus filhos nas escolas infantis. Ontem me ligou
uma mãe que tem dois filhos, de dois e três anos, que faz hemodiálise. Ela não
consegue colocar seus filhos na creche, e, procurando o Conselho Tutelar,
foi-lhe indicada uma creche que cobra 40 reais por criança, portanto, 80 reais
para as duas, mais material e matrícula. Pode parecer pouco para quem tem um
bom salário, mas para quem vive de fazer faxinas, que é a maioria das mulheres
que não têm especificação na sua mão-de-obra, torna-se inviável. E isso
confirma um dado que foi trazido à nossa Comissão de Educação e Cultura pela
Secretária Sofia Cavedon, que diz que aproximadamente 29%, segundo dados do
IBGE, das crianças de zero a seis anos em Porto Alegre têm atendimento nas
escolas infantis. Eu fiquei impressionada, porque isso significa que, em Porto
Alegre, de cada dez crianças com menos de sete anos, sete não têm atendimento
nas creches ou pré-escolas do nosso Município.
Recebi
ainda a visita de várias professoras da área de educação especial, que me
traziam um dado ainda mais preocupante: elas me diziam que, se muitas crianças
que não têm deficiência estão fora das creches e pré-escolas, as crianças que
têm deficiência auditiva ou visual, essas não têm em Porto Alegre nenhuma
possibilidade de freqüentar as creches e pré-escolas.
Eu
penso que a gravidade dessas informações trazidas nos dados oficiais da
Secretária em relação ao número de crianças fora de creches e pré-escolas, e o
número de mães que têm procurado os nossos gabinetes na busca de uma solução,
nos impõe colocar como eixo central do trabalho da nossa Comissão a busca por
soluções para a ausência de uma política pública efetiva em Porto Alegre para
crianças de zero a seis anos. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, saúdo
também os Vereadores e funcionários das Câmara Municipais que hoje nos visitam.
É muito bom que V. Ex.ªs aqui estejam para conhecer um pouco da
realidade de Porto Alegre. Eu fui instado a falar sobre Porto Alegre, e é sobre
o que mais falo. Vou falar sobre os cento e vinte mil desempregados da Cidade,
por falta de política de emprego, por falta de incentivo ao empreendedorismo.
Estou
aqui na presença do meu amigo Cláudio, que está desempregado há quatro anos;
estou na presença do meu amigo Marcos, que quer um estágio para desenvolver
suas habilidades na área do Direito; estou aqui com o meu amigo Miguel, que
também está desempregado há um ano e que tem família para sustentar. Eu atendo desempregados
diariamente! Eu vivo esse drama em Porto Alegre. Por isso, eu sou um Vereador
que trabalha, que incentiva o emprego, que estimula a iniciativa privada, que é
contra os elevados impostos, que, por serem elevados, retiram a oportunidade de
empreendimentos em Porto Alegre. É uma tristeza ver a inexistência de ações a
favor do emprego. O Parque Industrial da Restinga está lá “atirado às moscas”
há um bom tempo. O então Prefeito, aquele que fugiu, Tarso Genro, encaminhou um
Projeto à Câmara, reduzindo o valor dos terrenos em 80%. O Projeto “dormiu”
aqui na Câmara, porque a Bancada do PT não tinha interesse em votar. Eu, em
contato com a comunidade da Restinga, no primeiro dia do ano legislativo, pedi
o art. 81, e foi votado e aprovado por unanimidade dos Srs. Vereadores: 80% de
redução no preço para aqueles que desejam construir no prazo de um ano, gerar
emprego, gerar impostos. Estava “dormindo” o Projeto, aqui na Câmara, por falta
de iniciativa do Partido dos Trabalhadores.
Uma
empresa que deseja, Ver. Pedro Américo Leal, instalar-se em Porto Alegre, desde
uma pequena pizzaria, leva mais de seis meses para obter um alvará.
Ainda
hoje estive com o Secretário da SMAM. Fui muito bem recebido e falei sobre a
demora das permissões de instalação dos postos que utilizam o gás como
combustível. Pois é uma “enrolação” para conseguir a permissão de instalação de
postos de GNV. Uma vergonha! Claro que é essa a burocracia oficial.
Uma empresa amplia-se e então precisa um novo habite-se. É
uma “enrolação” para consegui-lo.
O turismo dá emprego, gera emprego, tem um fator maior de
multiplicação de emprego. Pois bem, esta Câmara aqui aprovou a constituição,
Ver. Luiz Braz, do Conselho Municipal de Turismo há mais de dois anos, e a
Prefeitura não implanta o Conselho Municipal de Turismo, que é o órgão que
gerencia o Fundo Municipal de Turismo, que tem verba orçamentária que não pode
ser utilizada porque o Conselho não foi instalado. É uma vergonha!
Temos hoje aqui no jornal Zero Hora - o Ver. Reginaldo Pujol já se referiu a isso -: o
vandalismo na Perimetral. Aqui cita que essas despesas, esse custo a Prefeitura
não quer pagar. Portanto, a Prefeitura ainda maltrata os empreendedores,
maltrata os empreiteiros.
Ora, vá empreender assim em Porto Alegre, gerar emprego e impostos
em Porto Alegre! Só heróis! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João
Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, visitantes que prestigiam, hoje, a nossa Sessão,
e os que, nas suas casas, acompanham os trabalhos da Câmara pela TV Câmara.
Queria agradecer ao Ver. Marcelo Danéris, que se referiu ao elogio que, desta
Casa, tenho recebido algumas vezes ao ser chamado de “Vereador Federal”, o que
muito me orgulha. Talvez, por esses elogios, nós tenhamos feito cinqüenta e
cinco mil votos nas últimas eleições como candidato a Deputado Federal, vinte e
tantos mil aqui em Porto Alegre, reconheceram o trabalho deste Vereador na
problemática. Quero dizer inclusive que, se me chamarem de “Vereador
Internacional”, eu fico também orgulhoso, não só porque o meu time é o
Internacional, com todo o respeito aos gremistas, mas como eu entendo que um
Vereador é o representante de um povo e tem de se manifestar, por exemplo,
sobre a barbárie do Governo George Bush, sobre a guerra assassina do
imperialismo norte-americano contra o Iraque, e farei isso quando for
necessário. Queria dizer também, exatamente entrando nessa temática da Guerra
do Iraque, que diziam ser cirúrgica, que os civis não seriam atingidos, a
guerra é tão cirúrgica que dois mísseis caíram na Turquia, e outros tantos no
Irã. Imaginem a precisão dessa gente! No dia de ontem, está na imprensa para
quem quiser ver, foi uma maternidade da Cruz Vermelha atingida pelos mísseis
norte-americanos, assassinando mulheres, crianças recém nascidas. Estão sendo
usadas bombas de fragmentação, que são utilizadas para atingir a população
civil, e nem chegamos à batalha de Bagdá. Portanto, é a humanidade que se
levanta contra a barbárie do assassino Bush. Por isso, no dia de amanhã, às 9h,
na Assembléia Legislativa, no Plenarinho, estaremos realizando a Plenária pela
Paz, para a qual convido todas as lideranças aqui presentes, os partidos, e,
principalmente, os Vereadores que compõem a comissão pela paz contra a guerra
que nós constituímos nesta Casa. No dia 11, teremos a grande caminhada pela paz
nesta Cidade. Já temos a participação da Assembléia Legislativa, da Câmara, da
Prefeitura. Estamos agendando uma ida ao Governador do Estado, porque esperamos
que, nesse dia, o povo de Porto Alegre, povo gaúcho, vista-se de branco, saia
às ruas e faça uma grande caminhada com mais de cinqüenta mil pessoas nesta
Cidade.
Queríamos,
por fim, manifestar a posição do Partido Comunista do Brasil, o PC do B, acerca
da votação da PEC 53, que ocorreu no dia de ontem. O nosso Partido votou pela
PEC, mas com Declaração de Voto, onde o nosso Partido deixa clara a sua posição
radicalmente contrária à dita independência do Banco Central. Independência em
relação a quem? Em relação ao povo, em relação ao Governo que elegemos? Não. Na
verdade, o que está em jogo é independência ou é frente ao mercado financeiro,
independente do nosso Governo, ou será dependente do mercado? Mas votamos
favorável, registrando a nossa posição, porque o que estava em jogo no voto de
ontem não era isso. E temos confiança de que o Governo Lula não encaminhará
nenhum projeto assinado pelo Presidente Lula a favor da dependência do Banco Central
em relação ao mercado financeiro sem uma ampla consulta à sociedade brasileira.
Por isso, deixamos claro que a nossa posição é por um Banco Central que esteja
a serviço do governo do povo, a serviço do desenvolvimento e, portanto,
independente, sim, em relação ao capital financeiro. Não vale o argumento de
que definidas as metas, o resto são medidas técnicas. Não. Definidas as metas
de inflação, como serão mantidas as metas? Depende de uma política, se essa
política vai favorecer o desenvolvimento nacional ou vai favorecer a recessão.
Agradeço a atenção dos colegas Vereadores, dos que nos assistem acerca dessas
duas questões chaves nesse momento: a luta pela paz e a luta pelo
desenvolvimento nacional. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores como
diria aquele “velho filósofo romano” Isaac Ainhorn: “O tempora! O mores!” Agora
estão dizendo que votaram a favor, mas com declaração de voto. O próprio
Deputado Babá e a própria Deputada Luciana Genro, que foi proibida, formalmente
por escrito, de falar, votaram a favor da cartilha do Fundo Monetário
Internacional. Eu fiquei espantado agora com o discurso do Vereador, deste
excelente Vereador Raul Carrion, a respeito desta votação sobre a cartilha do
Fundo Monetário Internacional, que está sendo rezada à risca. Mas por que será
que houve essa mudança fantástica de uma hora para outra? Ou mudou o Natal ou
mudou o FMI. Porque antes era um Governo conservador, neoliberal, atrelado ao
receituário do FMI; agora votamos a favor, porém com declaração de voto. O que
nós vamos fazer com essa declaração de voto? Por favor, nada! O que adianta uma
declaração de voto depois de votar a favor? Pois, a sociedade brasileira está
começando a saber como é que é o programa, como é que é a ideologia de quem ora
está no Governo, ora está na oposição, porque o Partido dos Trabalhadores, por
exemplo, teve um programa de governo aqui no Estado e executou esse programa de
governo, mandando embora a Ford e desempregando milhares de pessoas. Esse mesmo
Partido tem uma cartilha e uma postura, um programa, completamente diferente, e
quem ousar falar qualquer coisa contra esse desvio grosseiro da rota passa a
ser expulso do Partido. Então as pessoas ficam quietas, parece que o medo
venceu a esperança, o medo de serem postos para a rua.
Aquele
velho Presidente brasileiro, cassado pela voz das ruas, Collor de Mello, dizia
que “o tempo é o senhor da razão”. Pois o tempo está demonstrando exatamente o
contrário, aquele Partido que aqui mandava embora a Ford, que aqui promovia a
desordem e os desmandos da segurança toda, esse Partido agora, o famoso Partido
do fenômeno do relógio dos quinhentos anos do País, esse Partido agora passa a
rezar pela cartilha, pelo receituário do Fundo Monetário Internacional, porque
o mundo mudou, porque não mudou o FMI, não mudou o PT, mas mudou a posição das
pessoas, sabendo que o Brasil é um País que precisa se inserir em um contexto
internacional e que Fernando Henrique Cardoso lutou, durante oito anos,
exatamente, pelo imenso conflito que é a governabilidade do País, e ele teve de
se unir inclusive com esse agora que está sendo expulso do Congresso, Antônio
Carlos Magalhães. Mas o PT, o Partido do Sr. Lula, também precisou do Sr.
Antônio Carlos Magalhães, que o defendeu até o último minuto. “O tempora! O
mores!” Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João
Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib,
Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, público que nos acompanha aqui e
pela TV Câmara. Como analisar tantas intervenções, senão pegando como exemplo a
última intervenção do Ver. Cláudio Sebenelo, que cita o Ver. Isaac Ainhorn como
um filósofo grego e encerra com uma frase do ex-presidente Collor. Mas como
tratar disso com esta qualidade de intervenção, que dá tiro para tudo quanto é
lado e não consegue se fixar em nada? Como dialogar com o Ver. Cláudio Sebenelo
e tantos outros que sustentaram o Governo Fernando Henrique até o ano passado?
Senão por um ato de desespero, abrem os jornais, hoje, e vêem que o Governo
Lula tem 75% de aprovação. Senão por um ato de desespero, porque diziam eles
que o terror tomaria conta do País, e o Governo Lula consegue agora reduzir a
inflação, controlar o dólar, e, inclusive, diminuir o risco-Brasil, aumentando
justamente o desenvolvimento do nosso País, mas, principalmente, colocando uma
outra pauta, que é o combate à fome. Como analisar todas essas intervenções,
senão enxergá-las quase como um ato de desespero daqueles que sustentaram e,
agora, na contradição de terem sustentado o Governo Fernando Henrique, querem
criticar o Governo Lula pela esquerda. Não podem fazer isso, porque entendem
tudo da direita, mas nada da esquerda. Nunca entenderam a esquerda, não querem
entender e, se possível, quando mandam, de forma ditatorial, torturam e matam
qualquer militante progressista.
Como
eles podem entender o Governo Lula, se dominaram este País por quinhentos anos
e tiveram de engolir a vitória do povo, nas ruas, quando elegeram Lula
Presidente do nosso País? Não posso exigir que esses Vereadores que aqui tentam
se agarrar em qualquer assunto para poder fazer uma crítica entendam isso. Não
vão entender. Não vão entender porque não são partícipes disso, não lutaram ao
lado do povo brasileiro para eleger Lula, não são trabalhadores, não vieram da
história de lutas que este País teve, não contribuíram para a vitória do nosso
companheiro Lula, para que ele fosse Presidente, e não reconhecem as ações de
um povo quando este, legitimamente, democraticamente, elege um trabalhador, um
representante seu como Presidente da República.
Não
podem compreender, porque eles esperavam um caos aos cem dias do Governo Lula e
o que temos é um Governo cada vez mais consolidado e avançando em todas as
áreas, mas, principalmente, nas áreas sociais.
Não
posso exigir que compreendam isso! Não posso exigir que compreendam, porque
temos o exemplo de Porto Alegre - que vai completar quinze anos sob a
Administração da Frente Popular -, que tem qualidade de vida, que tem
democracia participativa, que tem investimento.
Não
tendo mais o que criticar, num ato desesperado, o Ver. João Carlos Nedel ficou
brabo porque estão pichadas algumas obras da 3.ª Perimetral. Não podem reclamar
que não tem obras, não podem reclamar que não estão entregando as obras, não
podem reclamar que não tem investimento em Porto Alegre, vão para a pichação,
quase que num ato desesperado.
E,
aí, penso eu que o Ver. João Carlos Nedel vai defender o povo de Porto Alegre,
o dinheiro público, e ele diz o seguinte: “Se tiver algum vandalismo, antes da
entrega de uma obra, quem tem de pagar é o Poder Público e não quem vai
entregar a obra, que é a empresa responsável.”
Isso
é a mesma coisa que um sujeito comprar um apartamento e, quando o proprietário
do apartamento entregar as chaves, dizem assim: “Riscaram todas as tuas
paredes, quebraram todos os vidros, mas quem paga é tu.” Não é aceitável isso!
Mas
eu só posso ver isso como um ato de desespero e, na hora da crítica e
desafiados aqui a falar de Porto Alegre, faltou o que falar, faltou o que
dizer.
Sem
compreender o Governo Lula e o momento de transformação por que esse País
passa, sem compreender tudo isso, são capazes de fazer qualquer crítica, sobre
qualquer coisa, inclusive contra si mesmos, porque votaram ontem junto com o
Governo Lula, que teve mais de quatrocentos e quarenta votos para a aprovação.
O
que demonstra que o Congresso Nacional reconhece que este Governo tem a
legitimidade das urnas e mais de 75% de apoio do povo brasileiro, que colocou
toda a sua esperança, toda a sua luta para ver um País diferente, um País melhor.
Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr. Presidente, requeremos, se as
Lideranças concordarem, que seja votado, em primeiro lugar, o Veto ao Projeto
do Ver. Dr. Goulart, o Veto Total ao PLL n.º 119/01, que trata do aumento do
número de horas nos postos de saúde para vinte e duas horas.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Cláudio Sebenelo, realmente é o
primeiro processo colocado na Ordem do Dia.
O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, nós gostaríamos de fazer
um Requerimento, colocando em votação primeiro o Veto Parcial ao PLL n.º
062/02. Portanto, os Vetos que têm relação com o Orçamento têm prioridades
entre os Vetos.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Marcelo Danéris, a Mesa tem
que dizer que se considera, se assim pode ser, desconsiderada. Pediu às
Lideranças, no início da Sessão, que acertassem o que ora deve ser feito: Ordem
do Dia, na seqüência as alterações, para que não haja encaminhamentos
desnecessários. Mas, antes que se chegue a qualquer conclusão, eu peço que seja
liberado o painel para que os Srs. Vereadores possam registrar as suas
presenças. (Pausa.) Srs. Vereadores, há quórum no Plenário, por favor registrem
as suas presenças, senão será encerrada a Sessão! (Pausa.)
Solicito
que seja encerrada a utilização do painel. Quinze Srs. Vereadores anotaram suas
presenças no painel e os demais não quiseram fazê-lo. A Mesa sente-se
desconsiderada, porque solicitou que as Lideranças fizessem um estudo para que
isso que ocorreu, aqui e agora, não ocorresse. Há mais de vinte e cinco
Vereadores presentes em Plenário e apenas quinze registraram suas presenças. A
Cidade não ganha com isso. Saúde e paz!
(Encerra-se
a Sessão às 16h40min.)
* * * * *